Cuide dos meios, o fim cuidará de si mesmo

A frase acima é do grande Mahatma Gandhi, e resume bem com o que, afinal, devemos nos preocupar.

Passamos nossa vida escravos do passado, revivendo e ressentindo, não permitimos a cicatrização de feridas, independente se profundas ou superficiais. Parece que valorizamos, inclusive, as mais superficiais. Somos escravos de “coisinhas”, as quais damos muita importância.

Se não estamos no passado, adoramos, então, voar para o futuro. Como gostamos de bisbilhotar as possibilidades futuras. O grande problema nisso, é que geramos tensões em cima de nossas expectativas, pois damos grande ênfase nas possibilidades dos vieses negativos. Se acreditássemos que tudo iria dar certo, aí sim, diminuiríamos em muito essas tensões geradas pelas expectativas.

Quantas vezes a passagem do tempo te surpreende? Quantas vezes você diz: “Meu Deus! Já estamos no final do ano. Nem vi esse ano passar” ou “Nossa! Já são 17h, o dia voou”. Sabe o porquê de tanta surpresa e a sensação de que o tempo esta voando? Por que não tem vivido no principal tempo da sua vida, o presente! Escravo das reminiscências do passado que geram tristeza e depressão, ou, escravo do excesso de futuro que gera tensão e ansiedade. Quando dá uma passada pelo presente, meu Deus! Quanta surpresa, o dia voou, a semana acabou e o ano se foi.

Já parou para pensar o porquê do dia de hoje se chamar “presente”?  Por que não deram esse nome ao passado ou ao futuro? Nunca pensou a respeito, não é? Então reflita. Todos os dias você recebe um grande presente do universo, mais 24 horas de vida, para fazer as mudanças que deseja; para dizer a quem ama o quanto ama. Para mudar rumos, tomar decisões, ou mesmo, por decisão, não fazer nada. Mas o dia é seu, lhe foi dado na forma de presente. E você por onde anda? Para trás ou para frente. Nunca aqui, no real, no grande presente da sua vida, chamado dia de hoje. Hoje, em qualquer circunstância, será sempre o dia mais importante da sua vida, por uma única razão, ele é único. Hoje é um dia que você jamais viveu e jamais voltará a vivê-lo. Pense nisso.

E para encerrar, ilustro com uma estorinha: “Um magnata americano morreu, de maneira precoce, aos 50 anos, de infarto por estresse. Havia montado um império. Mas quem o conhecia, dizia que era escravo de situações traumáticas que já tinha vivido no passado e também com medo de situações do futuro pelo volume de dinheiro que havia acumulado. Sua viúva herdou 1,9 bilhão de dólares e se casou com seu motorista. Um dia, a bordo do iate, o motorista, agora esposo, entre uma taça de champagne e um caviar, diz: ‘Todo o tempo em que pensei que trabalhava para meu patrão, percebo, agora, que era ele que trabalhava para mim’”.

Edmilson Fabbri em Janeiro de 2020
Para Revista Ideias