Em busca de sentido…

Este título, retirado do livro de mesmo nome, escrito por Viktor Flankl, pai da logoterapia, visa estimular uma reflexão muito importante em nossos dias: O que estamos fazendo aqui?

Numa sociedade que evoluiu com uma base materialista muito acentuada, onde o ter superou o ser, não é de se estranhar o vazio existencial de muitas pessoas. Muitas delas em busca do sentido frustram-se quando defrontam-se diante do espelho e não enxergam o seu verdadeiro Eu e a sua razão existencial.

Claro que a consistência da espiritualidade a que cada um se propôs, é o que fará, nesses momentos cruciais, a diferença da capacidade de superação. Mas para além da espiritualidade, que visa nossa transcendência para a compreensão de nossa jornada, pois, afinal, somos espíritos em uma experiência física, existe a questão filosófica, que muito mais do que nos fazer aceitar determinadas situações, que através da espiritualidade sublimamos, a filosofia traz, pelos nossos pensadores, a condição de compreensão com as explicações para tudo o que se vive, os porquês e os como. Nesse tocante, beberíamos da fonte de Nietzsche: ”Quem tem por que viver pode suportar quase qualquer como”.

São inegáveis as diversas situações vividas pelas pessoas e suas consequências. Muitas enfrentam ou enfrentaram verdadeiras tragédias. Usam da espiritualidade ou da filosofia para poder progredir em seus dias, senão, simplesmente não haveria como.

Ou a vida tem um sentido ou não tem sentido nenhum. Nessa questão não há meio termo. Mas, como mostrar um sentido de vida, sob quaisquer circunstâncias, mesmo as mais miseráveis?

Esse é o grande desafio. Trazer as pessoas à mesa diante do banquete das conseqüências, e ajudá-las no sentido de dizerem sim à vida, apesar de tudo. Essa é a grande alquimia, transformar os aspectos negativos da vida em algo construtivo dentro dessa jornada de superação que nos transforma, dia a dia, em pessoas melhores.

Edmilson Fabbri em Abril de 2020
Para Revista Ideias